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  21/02/2024


Frente de Mobilização em Defesa dos Diretos Indígenas questiona "Quem matou Tadeo Kulina"?



 

 

A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Diretos Indígenas (Famddi), a qual a ADUA integra, publicou, no último dia 18, um manifesto questionando “Quem matou Tadeo Kulina?”. Morador da aldeia Foz do Acuraua, no município de Envira (AM), o indígena de 34 anos foi morto por espancamento em fevereiro deste ano em Manaus, onde estava com a companheira grávida para consulta médica na maternidade Ana Braga.

 

De acordo com o manifesto da Famddi, o indígena não conhecia a cidade e compreendia pouco a língua portuguesa. Em um grupo de WhatsApp, indígenas informaram no dia 18 que havia um parente desaparecido. Posteriomente, o corpo do indígena foi localizado no Instituto Médico Legal (IML) com o rosto desfigurado.

 

“A FAMDDI presta solidariedade ao povo Madiha Kulina, aos parentes e todos os povos indígenas vítimas das mais diferentes violências. Reafirma o absurdo e o inaceitável que envolvem desde os cuidados necessários na transferência de indígenas para Manaus, como no caso de Tadeo e de sua mulher, as condições em que permaneceram na maternidade Ana Braga”, diz a Frente no manifesto onde também exige a investigação do assassinato.

 

 

MANIFESTO - QUEM MATOU TADEO KULINA?

 

Quatro anos e dois meses depois do assassinato por espancamento de Humberto Peixoto, do povo Tuiuca, em Manaus, em dezembro de 2019, mais um indígena é espancado até a morte na capital amazonense: Tadeo Kulina, 34 anos, do povo Kulina.

 

De acordo com informações repassadas por líderes indígenas no dia 18: “na terça feira (13 de fevereiro), às 16h22, foi postado no grupo de WhatsApp, que havia um parente (indígena) desaparecido, Tadeo Kulina como era chamado, morava na aldeia Foz do Acuraua, no município de Envira, e teria desaparecido da maternidade Ana Braga no dia 6 de fevereiro.

 

Tadeo Kulina do povo indígena Madiha Kulina, veio para Manaus como acompanhante da esposa que se encontrava grávida. Chegaram dia 1º de fevereiro, direto para a maternidade “Ana Braga”. O indígena Madiha Kulina não conhecia a cidade de Manaus e compreendia pouco o português. Apesar desses fatos, os dois ficaram sozinhos na Maternidade”.

 

Outras informações repassadas por líderes de organizações indígenas são de que “o parente foi encontrado no IML, ao que diz no B.O, que foi feito apenas no dia 16.02.2024, apesar de que informaram, no dia 07.02, sendo a causa da morte o espancamento. Seu rosto estava totalmente desfigurado, foi o que soubemos dos próprios parentes e não através dos responsáveis pela saúde indígena daquela calha Juruá, ou da maternidade. Também nos foi omitido várias informações e algumas delas não batem, até mesmo o B.O. feito, não consta detalhamentos. Nossa indignação maior é que apesar de tudo isso, as assistentes sociais do Dsei Médio Solimões e afluentes passaram no grupo de o WhatsApp do próprio Dsei, que o indígena estava tendo alucinações, dando a entender que a culpa seria do parente, isso é um absurdo.”

 

A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI) presta solidariedade ao povo Madiha Kulina, aos parentes e todos os povos indígenas vítimas das mais diferentes violências. Reafirma o absurdo e o inaceitável que envolvem desde os cuidados necessários na transferência de indígenas para Manaus, como no caso de Tadeo e de sua mulher, as condições em que permaneceram na maternidade “Ana Braga”, e do desaparecimento e da localização do corpo de Tadeo.

 

A FAMDDI reivindica que o assassinato de Tadeo Kulina seja devidamente investigado, os responsáveis diretos e por omissão de suas responsabilidades sejam identificados e a Justiça se realize diante da impunidade histórica que marca o ato de justiça sobre crimes cometidos contra os povos indígenas neste País e no Amazonas. Os assassinatos de indígenas têm sido uma das respostas do Estado brasileiro, com aumento de 21.6%. No ano de 2020, foram mortos 216 indígenas, informa o Atlas da Violência de 2021 (https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/5141-atlasdaviolencia2021completo.pdf ).

 

A cidade de Manaus, onde vive a maior população indígena do Brasil (https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-denoticias/noticias/37565-brasil-tem-1-7-milhao-de-indigenas-e-mais-da-metade-delesvive-na-amazonia-legal) revela-se hostil e racista para com os indígenas que nela habitam. Minimizar crimes como o de espancamento até a morte de indígenas, arrastar por anos os processos de investigação ou sequer implementá-los compõem o quadro da banalização e da omissão enraizados no e pelo Estado.

 

Denunciamos igualmente a ideia propagada de que Tadeo é o culpado por ter sido morto. Exigimos respostas esclarecedoras, legais e legítimas. Que esse crime não seja mais um a ser ignorado.



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