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O fascismo é o projeto que quer eliminar os diferentes e divergentes, diz docente da UFF



Data: 25/10/2018

O Brasil vive o crescimento de um movimento fascista? Para adocente de história da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora de fascismo e neofascismo,
Tatiana Poggi, sim. Segundo a professora, o projeto apresentado pelo candidato de ultradireita é fascista porque busca eliminar os diferentes e os divergentes.

“Não acredito que um terço da nossa população seja fascista. Mas dentro de um contexto de crise aprofundada, de descrença nas instituições, de crise de legitimidade, as pessoas ficam em situação de vulnerabilidade tão grande, de fragilização, que acabam apostando nesse tipo de saída. Uma saída salvacionista”, avalia a docente, que publicou em 2010 o livro “Faces do Extremo: O Neofascismo nos EUA 1970-2010”, pela Editora Prismas.

“Existe um contexto de crise que torna as pessoas mais suscetíveis a aderir a uma proposta dessas. Ele aposta muito no desespero social, no medo. Isso é fruto do neoliberalismo e da crise política que o Brasil vive”, completa. Para Tatiana, há a ascensão de um movimento fascistas no país e a campanha do candidato de ultradireita auxilia a articulação de grupos e indivíduos que concordam com esse projeto político.

Segundo a docente, a campanha do candidato de ultradireita conseguiu articular conjunto de preconceitos estruturais da sociedade brasileira que são muito anteriores às eleições. “A campanha conseguiu mobilizar e construir projeto em torno de preconceitos muito antigos. O racismo estrutural, um projeto de sociedade patriarcal e antifeminista. A aversão ao suposto Kit Gay e às feministas, a recusa ao debate sobre as questões de gênero e sexualidade dentro das escolas, a repulsa à diversidade sexual. Ele mobiliza preconceitos que são fundacionais na sociedade brasileira. Uma sociedade escravista, patriarcal, de família nuclear tradicional”, cita Poggi.

Tatiana lembra que o candidato conseguiu que uma série de indivíduos que era propensa a acreditar nesse projeto se sentisse representada e, ao mesmo tempo, que um conjunto de pessoas desesperadas se visse atraído pela saída de força. “Ele representa a solução autoritária, intolerante, violenta. Uma solução de força”, diz.

A pesquisadora elenca semelhanças entre o movimento fascista brasileiro atual e o nazifascismo europeu, em especial de Itália e Alemanha, que chegou ao poder perto da década de 1930. Para ela, em comum entre os dois momentos históricos, há uma crise econômica e política, a estratégia de culpar bodes expiatórios e o cenário de desesperança.

“Há elementos em comum entre o fascismo brasileiro de hoje e o nazifascismo europeu do século passado. Há um cenário de crise, como no passado. O cenário tinha dimensões que também aparecem hoje, como a crise econômica, a crise política, a crise de legitimidade das instituições. A adesão à solução de força é por não acreditar mais nos meios republicanos de resolução de conflitos, ou seja, não acreditar mais na negociação”, avalia Tatiana.

“Outro elemento em que há convergência é a construção de bodes expiatórios. Mudam os grupos sociais, mas a aposta nesse tipo de estratégia é um traço tipicamente fascista. O bode expiatório é culpado por toda a crise. A forma de se lidar com o bode expiatório é a [sua] exclusão do cenário social. Foi feito nos anos 30 e está sendo feito de novo hoje. É um projeto eliminacionista quanto aos divergentes e aos diferentes, e é por isso mesmo que o caracterizo como fascista e não como conservador”, completa a docente de história da UFF.

Uma diferença entre os momentos históricos citados pela pesquisadora é o programa econômico do candidato brasileiro. Tatiana lembra, porém, que apesar de defender uma economia baseada no livre mercado, o candidato fascista abdica de diversos preceitos liberais, como a democracia, a liberdade de expressão, as instituições republicanas, o direito à vida, o direito à dignidade humana.

Fonte:
ANDES-SN



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