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  24/08/2015 - por



O prometido, o dito e o feito



Data: 24/09/2015

Para garantir emprego, salário digno, saúde e educação é necessária uma reação por parte da sociedade brasileira que só poderá acontecer se os responsáveis pelos estudantes, do ensino básico à educação superior, investirem em uma formação de pessoas críticas e participativas no pleno exercício da cidadania. Os setores precisam se mobilizar e se organizar para poder exigir dos governos que seus direitos sejam cumpridos.

Em outras palavras: a sociedade tem que ir às ruas e dizer não à corrupção, exigindo o afastamento daqueles que exercem cargos públicos e a devolução do dinheiro aos cofres da nação, subtraídos do erário. Mexer no bolso das pessoas é pior do que trancá-las na cadeia. Esperávamos que a presidenta Dilma tivesse assumido realmente o compromisso com as necessidades da maioria da população: tivesse dito não à proposta dos que já ganham muito e nada fazem (políticos). Seremos novamente ludibriados como no governo anterior?

O governo Lula deu continuidade ao projeto neoliberal de FHC, congelando o salário dos servidores públicos federais, deixando-os nas mãos das instituições bancárias que emprestam dinheiro a juros exorbitantes, comprometendo o orçamento doméstico. Por isso, ele foi considerado o melhor presidente para os banqueiros. Diminuiu do orçamento recursos destinados às duas áreas prioritárias de qualquer governo que se diz sério; saúde e educação. E isso não está diferente do governo da presidenta Dilma, uma vez que neste país quem manda não é o presidente e sim o capital nacional e internacional. Ou faz o que o poder econômico determina ou fica impossibilitado de governar. É preciso ter muita coragem para enfrentar aqueles que são contra os projetos que beneficiam as classes populares.

Os cortes feitos por Lula garantiram ao executivo brasileiro atender aos interesses dos credores externos e os da dívida interna que impõe uma política que tudo possibilita ao capital, sobrando migalhas para o social (Estado mínimo). Durante a campanha para presidenta da República, Dilma prometeu, em seus pronunciamentos para a Nação, que iria investir fortemente na educação, saúde e na geração de empregos. Como gerar emprego se ela também segue o receituário neoliberal, abrindo as portas do mercado nacional aos produtos estrangeiros e, ao mesmo tempo, não possibilitando ao pequeno e ao microempresário melhores condições para que os mesmos possam sustentar suas atividades comerciais?

A presidente Dilma sabe que o direito ao emprego decorre do direito à vida. É um direito básico de qualquer cidadão. O desemprego deixa as pessoas nervosas, agressivas e sem ânimo para viver. Como manter uma vida harmoniosa se o chefe da família não tem fonte de renda para atender as suas necessidades básicas de sobrevivência? Qual o resultado? A separação! O que provoca no casal mais sofrimento.

Como afirma José Comblin, em O Neoliberalismo: “ideologia dominante na virada do século, “a classe dos excluídos cresce. O sistema vai gerando levas e levas de excluídos; estes já não participam mais da vida social, ficam revoltados, desencantados. Muitas vezes tonam-se violentos ou cedem aos vícios; Não é sem razão que as drogas são o sinal mais evidente da presença de uma sociedade neoliberal”.
 
Assim como o emprego, a saúde e a educação são prioridades de qualquer país, nação que se preza investe ao máximo nessas áreas. Como todos já sabem está descartado, segundo a presidenta Dilma, reajuste salarial para os servidores públicos, no ano de 2015, haja vista a falta de recursos para tal finalidade, segundo ela. Só não faltam recursos para quem está no topo do poder. Se o governo não conta com dinheiro em caixa para melhorar o salário dos servidores, como se encontra recursos financeiros para reajustar o salário dos parlamentares, dos ministros, dos desembargadores, dos juízes? O salário não só dos professores universitários, mas também dos docentes da educação básica continua uma vergonha. Agora, perguntamos: o que os parlamentares produziram de tamanha importância para merecerem um reajuste pomposo?

Até quando, nós brasileiros, vamos ficar parados diante deste mando e desmando da política? Vamos ficar calados, como vaquinha de presépio, diante dessa barbaridade? Ou deveremos fazer como fazem os argentinos, chilenos e outros povos que reagem às atitudes do governo que prejudicam a classe trabalhadora? Temos que nos manifestar, afinal, quem vai arcar com as despesas somos nós que pagamos nossos impostos, taxas e outras contribuições. Sabem por que criticam os argentinos, os franceses e os gregos ao utilizarem a violência na reivindicação de seus direitos? Porque eles não aceitam enganação! Aí vão para as ruas protestar contra os abusos do governo. Já, entre o povo brasileiro, há muitos acomodados, medrosos e desinformados.

Para finalizar, podemos afirmar que só o povo organizado e mobilizado poderá tomar em suas mãos as rédeas do destino da Nação. Só assim poderemos ter um governo compromissado com as necessidades dos trabalhadores, em vez de continuar servindo aos interesses dos banqueiros, dos latifundiários e das grandes empresas. Não se transforma um país somente por meios legais, ou seja, pelo voto, mas, e principalmente, por meio de um processo revolucionário. A história comprova tal assertiva. Já chega de tanta enganação!

Rubens da Silva Castro é professor do Departamento de Administração e Planejamento da Faculdade de Educação da Ufam.



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