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Foto: kamikiakisedje / Apib
Indígenas participantes da marcha “A Resposta Somos Nós” foram alvo de ações repressivas por parte do Departamento de Polícia Legislativa (DPOL) e da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no dia 10 de abril, em Brasília (DF). A manifestação integrou a programação do Acampamento Terra Livre (ATL), que ocorre anualmente na capital federal e reúne mais de seis mil indígenas de todo o país. O ANDES-SN divulgou uma nota em que repudiou os atos de violência e repressão policial.
O grupo iniciou a caminhada por volta das 17h, partindo da Esplanada dos Ministérios, onde estão acampados desde o dia 7 de abril, em direção ao Congresso Nacional. Ao se aproximarem do local parte dos manifestantes foi atacada com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, incluindo a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL/MG) - primeira parlamentar indígena eleita por Minas Gerais. Diversos(as) participantes passaram mal em razão e precisaram ser atendidos pelo Corpo de Bombeiros.
O episódio ocorreu no penúltimo dia do ATL, mobilização em defesa da demarcação e da proteção dos territórios originários. O ATL é um espaço de protagonismo e resistência das organizações indígenas, com atividades como feiras, debates e celebrações.

Foto: Apib
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) repudiou, em nota oficial, os atos de violência. A entidade também ressaltou que o acesso ao gramado do Congresso ocorreu de forma pacífica e sem qualquer ato de depredação. “O Congresso, além de aprovar leis inconstitucionais, ataca os povos indígenas e seus próprios deputados. A deputada indígena Célia Xakriabá (PSOL) e várias pessoas ficaram feridas ao serem recebidas com bombas de gás de pimenta e efeito moral, no local que deveria ser a casa da democracia. Lamentamos o uso desnecessário de substâncias químicas contra os manifestantes, mulheres, idosos, crianças e lideranças tradicionais”, afirma a nota que está disponível aqui. No documento, a Apib também denuncia que há evidências de que os ataques fazem parte de um contexto de violência institucional disseminada contra os povos indígenas.
A ADUA repudia os atos de violência cometidos contra os povos indígenas que participam do acampamento e reforça a defesa da vida e dos direitos dos povos originários. O ANDES-SN divulgou uma nota em que repudia os atos de violência e repressão policial praticados contra mais de 7 mil indígenas de diversas etnias. "A naturalização da repressão violenta contra povos indígenas é parte de uma história de 500 anos de expropriação, pilhagem e genocídio que produziu apenas desigualdade e opressão para os povos indígenas", criticou o sindicato, reafirmando manifestação de solidariedade ao Acampamento Terra Livre. "Reafirmamos que seguiremos apoiando toda luta dos povos indígenas contra os ataques do capital e seu braço repressivo".
Após o episódio, o Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) abriu uma apuração preliminar para apurar os casos de violência policial relatados por indígenas durante manifestação.
ATL
A edição de 2025 tem como tema “Apib Somos Todos Nós: Em Defesa da Constituição e da Vida” e celebra duas décadas de mobilização indígena. A programação seguiu até o dia 11 de abril. Baixe aqui a revista do Acampamento.
Em vídeo publicado pela ADUA, a professora Danielle Munduruku (IEAA/Ufam), integrante do Grupo de Trabalho Políticas de Classe para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCGEDS) da ADUA - Seção Sindical do ANDES-SN, fala sobre a educação escolar indígena no ATL.

Foto: Adolfo Tapaiuna Sateré-Mawé
O ATL é organizado pela Apib e suas sete organizações regionais de base: Apoinme, ArpinSudeste, ArpinSul, Aty Guasu, Conselho Terena, Coaib e Comissão Guarani Yvyrupa. Assista aqui a leitura do Documento Final do ATL 2025.
Fontes: com informações de Apib, Mídia Ninja, ICL e Carta Capital
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