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1º de maio de 2025 - Dia Especial de Luta da Classe Trabalhadora. Dia de afirmar os direitos fundamentais e a ontologia social de cada trabalhadora e de cada trabalhador. Dia de afirmar o poder formativo da categoria trabalho. Dia de afirmar que o método da luta de classes é a condição necessária para a organização e a formação da consciência de classe.
O dominante discurso ideológico da burguesia parasitária prefere falar em dia do trabalho, separado da classe trabalhadora, a única classe que produz riqueza. Como falar em dia do trabalho abstraído de mãos e mentes que trabalham? Como celebrar, como quer a autocracia burguesa, o dia do trabalho abstraído das condições históricas da alienação e da exploração que subtraem vida à classe trabalhadora?
Sob os grilhões da exploração capitalista só há lugar para o trabalho convertido em mercadoria, expropriado de sua potência humanizadora e educativa. Recuperar o trabalho como princípio educativo da classe trabalhadora está entre as condições incontornáveis da luta de classes.
Para a dominação burguesa, com seu desejo doentio de posse e, nas palavras de Paulo Freire, com seu “apetite do êxito pessoal”, só interessa o trabalho enquanto trabalho alienado, tanto em sua efetivação abstrata quanto concreta. Para essa consciência apequenada, que a tudo venaliza, os dramas da classe trabalhadora nunca contam.
O trabalho, segundo o Mouro de Trier, “(...) é uma condição da existência humana independentemente de qual seja a forma de sociedade; é uma necessidade natural eterna que medeia o metabolismo entre homem e natureza e, portanto, a própria vida humana”.
Para a classe que vive do trabalho e para a única Filosofia (o materialismo histórico e dialético) que afirma o trabalho como categoria fundante do ser social, é somente pelo trabalho positivamente humano que mulheres e homens podem transformar-se a si mesmos e ao mundo.
Vale, nessa Nota Manifesto da ADUA, incluir oito das 21 reivindicações que há exatos 124 anos Euclides da Cunha (a quem Antonio Candido considerava um “quase iluminado”) publicara no dia primeiro de maio de 1901 em O Proletário, ainda hoje pouco conhecidas e divulgadas (seguramente em razão de sua natureza socialista):
II – Escolas gratuitas, com ensino leigo e obrigatório para todas as crianças, sem distinção de sexo, de cor e de nacionalidade, tendo as crianças pobres todo o necessário para frequentar as escolas: roupa, comida, cuidados médicos, farmácia etc.;
III – Estabelecimentos apropriados para recolher os inválidos do trabalho, pobres, velhos e defeituosos, dando-lhes com abundância roupa, comida, médico, farmácia etc., para não irem morrer nas enxergas dos hospitais e nos adros das igrejas, ou nas calçadas das ruas, implorando aviltadora caridade, ministrada pelos ricos, e remédios;
IV – Emancipação da mulher, reconhecendo-lhes iguais direitos e iguais deveres aos do homem, inclusive o de votar e ser votadas;
V – Impostos diretos e pesadíssimos sobre a renda;
IX – Proporcionar a preços módicos a cada família uma casa confortável para sua residência;
X – Fornecer água e luz grátis a todos em geral;
XII – Justiça gratuita para todos;
XX – Pensão aos inválidos do trabalho.
Por isso, o Dia da Classe Trabalhadora deve ser mais um dia de luta, para afirmar que a porta de saída da exploração passa pela organização e consciência da classe trabalhadora.
Vida longa à luta da classe trabalhadora!
Somente a luta muda a vida!
Diretoria da ADUA – Seção Sindical (gestão 2024-2026)
Manaus (AM), 1º de maio de 2025
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