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  07/07/2025


Palestra na UFAM denuncia genocídio do povo palestino praticado por Israel



 

 

Daisy Melo

 

Dos(as) 60 mil palestinos(as) assassinados(as) desde o início do conflito na Faixa de Gaza iniciado no dia 07 de outubro de 2023, 20 mil são crianças e 12,7 mil são mulheres. Para o historiador, especialista em relações internacionais e vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), Sayid Marcos Tenório, esses principais alvos não são aleatórios, mas faz partem de um processo de limpeza étnica. Com apoio do ANDES-SN e da ADUA, o pesquisador esteve na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em Manaus, para participar da palestra “Nakba – 77 anos” e o lançamento do livro “Do Mito da Terra Prometida à Terra da Resistência”.

 

“Israel quer exterminar, erradicar o povo para que acabe a Palestina (...) Israel é um criminoso, uma potência ocupante e genocida, e a história mostra que o povo que resiste será consagrado para a vitória, porque está do lado certo da história”, afirmou durante o evento. O historiador destacou ainda o registro de 11 mil desparecidos(as) e 126 mil feridos(as), além da perda de 800 mártires da educação, 225 jornalistas e 1.400 profissionais da saúde desde o início do confronto na região da Faixa de Gaza em 07 de outubro de 2023.

 

“Os dados são para demonstrar o horror, a tragédia, o crime contra a humanidade que Israel está praticando contra a Palestina (...) Agora as pessoas estão morrendo também de fome. Israel está usando a fome como arma de guerra. A apresentação desses números é uma forma de vocês terem noção do que representa esse processo de limpeza étnica e de tentativa de exterminação de um povo”, disse, destacando que o objetivo central de Israel é “roubar as terras e apagar a história de um povo milenar”, utilizando a ideologia racista do sionismo.

 

Coordenadora do projeto de extensão da Ufam “Palestina – Do mito da terra prometida à terra da resistência”, a professora da Faculdade de Educação (Faced), Gisele Costa, participou do evento por meio de vídeo. Em sua fala, a docente destacou que a Faixa de Gaza foi transformada na Auschwitz do Oriente Médio. “Isso porque ao longo de 77 anos o Estado de Israel fez a mesma coisa que os nazistas fizeram durante a Segunda Grande Guerra. Primeiro construíram um grande campo de concentração a céu aberto com mais de 2 milhões de pessoas sobrevivendo em condições subumanas, e agora transforma Gaza em um campo de extermínio pela fome, pelas balas, pelas bombas. A causa palestina é hoje é a síntese da causa da humanidade. Se o povo palestino vence, a humanidade vence. Se o povo palestino for derrotado, todos os povos oprimidos serão derrotados”, frisou.

 

Cobertura midiática

 

Representante da ADUA no evento, o professor José Alcimar de Oliveira citou, no início da sua fala, uma afirmação da historiadora, filósofa e marxista Agnes Heller: “a história é a substância da sociedade”. O docente destacou que a sociedade vive tempos regressivos, de obscuridade, de negação da história; de destruição da memória, de afronta à cultura e à educação; de criminalização de movimentos sociais, dos sindicatos, de todas as formas de resistência ao arbítrio e, de modo muito especial, ao que ocorre com o povo palestino na Faixa de Gaza, transformada no maior campo de concentração a céu aberto do mundo.

 

“É preciso combater a mentira, a mídia envenena o povo todos os dias, dizendo que se trata de uma guerra de Israel contra o Hamas. Não é uma guerra de Israel contra o Hamas e a Palestina. É um movimento deliberado de extermínio de um povo. Gostaria de resgatar uma afirmação do jornalista José Arbex de que, do ponto de vista moral, quem venceu e quem está vencendo esse conflito é o povo palestino”, afirmou José Alcimar.

 

Sayid Tenório também fez críticas à cobertura midiática sobre o conflito. Para o historiador, uma das inverdades propagadas é que Israel age em legítima defesa. “A resistência é um atributo dos povos oprimidos, a resistência é um direito legítimo do povo palestino. O noticiário diz ‘os terroristas palestinos ou os fundamentalistas islâmicos’, e ‘Israel exerce o digno direito de defesa e mata terroristas’, mas quando nós vamos olhar são crianças, mulheres, pessoas em ambulância”, comentou.

 

O legítimo direito de defesa está consagrado no artigo 51 da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU), lembrou durante o evento o historiador. “Todo povo submetido à pressão e opressão tem direito à legítima defesa por todos os meios, inclusive pela luta armada. Se há uma ilegalidade nesse conflito, que não é uma guerra, é de Israel, quem têm direito à legítima defesa são os palestinos, Israel não pode alegar isso, porque é uma potência ocupante (...) o Hamas, a Jihad Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina, todos os grupos do Fatah e todas as forças da resistência palestina é que têm o direito da legitima defesa”, afirmou.

 

 

Ações de solidariedade

 

Sayid Marcos Tenório elogiou a organização do evento e destacou que ações como a palestra e o lançamento do livro reforçam a luta em defesa do povo palestino. “Essa solidariedade que está dando forças para que a população palestina, além da sua resiliência e coragem, continue de pé no território que lhe pertence. No mundo inteiro milhões de pessoas estão indo às ruas, nos Estados Unidos as maiores mobilizações são de Judeus, carregando faixas e dizendo: ‘não pratiquem genocídio em nosso nome’, porque Israel utiliza o judaísmo como cortina de fumaça para oprimir o povo palestino, e usa antissemitismo para apontar o dedo sujo de sangue para quem defende o povo palestino, Israel é um país imperialista assassino, o povo palestino vencerá, Palestina livre!”, disse no encerramento da palestra.

 

José Alcimar de Oliveira também destacou a importância do evento. “Nós temos que multiplicar momentos como esse e ampliar o campo da verdade, porque a grande mídia trabalha no campo da mentira. Cada um de nós, no espaço em que atua, pode transformá-lo num espaço de esclarecimento. Há muita mentira sendo trabalhada, globalizada contra o povo palestino”, afirmou o docente durante o evento.

 

O encontro, organizado pela Aliança pela Libertação da Palestina Manaus (ALP-Manaus), ocorreu na tarde do dia 06 de junho, no auditório Alalaú da Faculdade de Educação (Faced). Além do ANDES-SN e da ADUA, contou com o apoio do projeto de extensão da Faced, por meio da coordenadora, Gisele Costa, e do vice-coordenador, Lucas Furtado, do Jornal A Nova Democracia e da Sociedade Árabe-Palestina, por meio de Muna Hajoj.

 

Fotos: Sue Anne Cursino/Ascom ADUA

 



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