.jpeg)
Em sessão solene do Conselho Universitário (Consuni), realizada nesta quarta-feira (17/12), o ex-diretor e um dos fundadores da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), professor Aloysio Nogueira de Melo, recebeu o título de Professor Emérito da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A honraria é concedida a personalidades com trajetória profissional destacada.
Além de sua atuação no ensino, na pesquisa e na extensão na Ufam, o docente se destaca pelo compromisso com a educação pública, gratuita, laica e socialmente referenciada. A cerimônia ocorreu no Auditório Rio Solimões, no Setor Norte do campus de Manaus, e contou com a participação de conselheiros, familiares e amigos de sua trajetória acadêmica e política.
A ADUA esteve presente na solenidade, representada pelo primeiro vice-presidente, professor José Alcimar de Oliveira, docente do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), que prestou homenagem ao professor Aloysio. Em nome da Seção Sindical, José Alcimar entregou livros ao homenageado, destacando sua importância na fundação e na história da seção sindical.
“A trajetória docente de educador e militante, construída pelo nosso Comandante Aloysio Nogueira, se fez na unidade dialética da teoria e da prática, entre os espaços acadêmicos e as contradições sociais que colocam o Brasil no topo vergonhoso da desigualdade social. Seu nome já está impresso no Memorial das lutas sociais da classe trabalhadora e da categoria docente do Amazonas, na defesa dos direitos coletivos e da educação pública”, afirmou José Alcimar.
Aloysio Nogueira de Melo é um dos responsáveis pela fundação da ADUA e exerceu o cargo de 2º vice-presidente da entidade no biênio 2004–2006. Atualmente aposentado, atuou no Departamento de História do IFCHS e é reconhecido por seu forte engajamento político e social.
Durante a cerimônia de outorga do título, a reitora da Ufam, professora Tanara Lauschner, destacou o caráter histórico da homenagem: “A outorga do título de Professor Emérito ao professor Aloysio Nogueira de Melo é acima de tudo um gesto de justiça histórica e de reconhecimento coletivo. O título não se concede apenas a quem ensinou bem, pesquisou bem ou ocupou cargos importantes. Ele é concedido a quem fez da universidade um espaço de sentido, de disputa democrática, de formação humana e de compromisso com a sociedade”. “A história do professor Aloysio se confunde com a história da educação no Amazonas e com a própria história de luta pela democracia no Brasil”
Em seu discurso de agradecimento, Aloysio Nogueira relembrou sua atuação na docência e nos movimentos sociais. Além de ser um dos fundadores da ADUA, fundou e presidiu a Associação Profissional dos Professores do Amazonas (APPAM), entidade que teve papel de destaque na resistência à Ditadura Empresarial-Militar. Também atuou como vereador de Manaus pelo Partido dos Trabalhadores (PT), tendo sido eleito em 1992.
O docente também foi homenageado durante a solenidade pela professora Dorinethe dos Santos Bentes, conselheira do Consuni e professora da Faculdade de Direito da Ufam, que apresentou seu currículo, e pelo professor Francisco Jorge dos Santos, do IFCHS, que ressaltou: “O Aloysio pertencia e pertence ao estrato social do povo trabalhador”.
A diretora do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), professora Iraildes Caldas Torres, afirmou que Aloysio Nogueira é um “sujeito de práxis, de sangue político, de luta e de construção dos organismos de luta”.
Leia, a seguir, a homenagem escrita pelo professor José Alcimar ao professor Aloysio Nogueira.
ALOYSIO NOGUEIRA: A VIDA MILITANTE DE UM HISTORIADOR MILITANTE
Neste 17 de dezembro de 2025 contamos com sua presença na cerimônia de concessão, pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), do título de Professor Emérito ao nosso Comandante, Historiador e Professor Aloysio Nogueira de Melo. A solenidade ocorrerá às 15h00, no Auditório Rio Solimões, IFCHS, UFAM.
A trajetória docente de educador e militante, construída pelo nosso Comandante Aloysio Nogueira, se fez na unidade dialética da teoria e da prática, entre os espaços acadêmicos e as contradições sociais que colocam o Brasil no topo vergonhoso da desigualdade social.
Seu nome já está impresso no Memorial das lutas sociais da classe trabalhadora e da categoria docente do Amazonas, na defesa dos direitos coletivos e da educação pública.
Em 2021, na comemoração dos 40 anos de existência do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Amazonas, o título da mesa-redonda de encerramento da comemoração não poderia ter sido mais apropriado: “Um intelectual cuja vida se confunde com a história do curso”. Segundo palavras do professor César Augusto Queirós, a homenagem foi “um reconhecimento à vida dedicada à criação e à consolidação do curso de História na UFAM e à luta dele (de Aloysio Nogueira) dentro e fora das salas de aula”.
Cabem a Aloysio Nogueira as palavras de Theodor Adorno: “Hoje, o que se exige de um pensador é nada menos que esteja presente, a todo instante, nas coisas e fora das coisas”.
Nosso Comandante Aloysio Nogueira, juntamente com seu companheiro de décadas de muitas lutas, nosso saudoso Professor Osvaldo Gomes Coelho (in memoriam), o Decano de toda companheirada militante que segue pelas trilhas da esquerda classista, e que juntos estão entre as fundadoras e os fundadores de nossa “ADUA veia de guerra”, bem testemunham a aliança militante entre rua e povo organizado. Artífices da luta necessária e da materialização histórica e dialética entre teoria e prática. O nome disso é PRÁXIS.
A teoria (revolucionária) se converte em força material quando penetra a consciência da classe trabalhadora. Sem teoria revolucionária não há prática revolucionária. Lições militantes de Marx e Lênin vividas por Osvaldo e Aloysio.
Somente a luta muda a vida! Somente a grande luta muda a história!
Do amigo
José Alcimar de Oliveira
17 de dezembro de 2025
.jpeg) 
.jpeg)
Fotos: Sue Anne Cursino/ Ascom ADUA
Fontes: ADUA com informações de UFAM
|
18/12/2025
