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Nota pública - ADUA: estivemos aqui ao longo do ano findo e continuaremos em atalaia no que se inicia
Celebrar o tempo natalino de 2025 como espaço de consolidação de forças para seguir em 2026 sem recuar um passo na luta classista pela democratização de direitos.
E eu? O que é que eu fiz. Nada.
Sejam quais forem as aparências
Que nada seja computado como uma boa ação
Se não for uma ajuda real.
Que nada seja considerado honrado
Senão aquilo que muda o mundo
Definitivamente: ele precisa ser transformado.
Quando chegar o momento de vocês deixarem o mundo
Não tenham a preocupação de terem sido bons
Isto não é o bastante!
Deixem um mundo bom! (porque)
Onde reina a violência
O único recurso é a violência
(Mas) Onde vivem os homens
O auxílio só pode vir dos homens.
(Bertolt Brecht, Santa Joana dos Matadouros)
Em tempos de ataques ferozes à classe trabalhadora, é essencial refletir sobre o que nos une e perguntar: por que devemos seguir unidas(os)? A ADUA, como entidade sindical, é um espaço de resistência na defesa dos nossos direitos, como categoria docente e como classe trabalhadora. Somos uma voz coletiva que ecoa onde a individual se cala. Num cenário de incertezas econômicas e retiradas de direitos, o sindicato representa a resistência organizada, garantindo salários dignos, condições de trabalho melhores e mais seguras, além de benefícios conquistados com muita luta. Sem o sindicato, tornamo-nos presas fáceis da exploração do capital. Cabe ao movimento sindical transformar indignação em ação concreta, provando que só a união nos permite avançar na conquista e manutenção de direitos.
Ao olhar o 2025 que se encerra, sob o cerco dos ataques da burguesia, também é preciso dizer que celebramos vitórias que reforçam a resistência sindical. Com mobilização incansável, barramos mais uma vez a Reforma Administrativa, que ameaça enfraquecer a previdência, precarizar serviços e condições de trabalho das(os) servidoras(es) públicas(os), e retirar ainda mais nossos direitos trabalhistas. Com o povo nas ruas, contribuímos para a sanção de uma lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Mas é preciso avançar para libertar o Brasil das amarras do triplo poder do atraso: a caquistocracia (o poder do pior), a plutocracia (o poder da riqueza) e a necrocracia (o poder da morte). Nossa organização nos aproximou de uma jornada de trabalho mais humanizada, ao denunciarmos a escala 6x1 como exaustiva para as(os) trabalhadoras(es) e seguir na luta pela escala 5x2.
Em nível local, organizamos em Manaus, juntamente com o ANDES-Sindicato Nacional, um Conad histórico, com a cara da Amazônia: indígena, cabocla e cabana. Debatemos os desafios da multicampia na Amazônia, conseguimos o reconhecimento da pandemia da covid-19 como caso fortuito ou de força maior em processos de devolução ao erário relacionados a afastamentos remunerados para qualificação de docentes, bem como reverberamos contra o avanço da mineradora Potássio do Brasil sobre terras Mura em Autazes, no Amazonas. Essas conquistas não caíram do céu: foram forjadas pela ação do sindicato, provando que o povo organizado avança. O que de bom pode cair do céu é o que de bom se constrói na terra.
Mas os desafios seguem intensos. No próximo ano, enfrentaremos pressões por reformas neoliberais, além das ofensivas ideológicas contra o movimento sindical, sobretudo vindas da extrema-direita, que continua a transformar o Parlamento numa instituição antipovo, de costas para as necessidades de um país dilacerado por uma brutal desigualdade social. Parlamento deve ser espaço de consolidação de direitos sociais, jamais abrigo para quem trama contra o nosso almejado, mas nunca consolidado, Estado Democrático de Direitos. Democracia é poder do povo, de todas(os), jamais oligarquia (poder de poucos), como efetivamente temos no Brasil. Luta coletiva é a que se faz com sujeitos coletivos, com indivíduos sociais. A ADUA veia de guerra somos nós, lutadoras(es). Precisamos fortalecer nossa base para continuar lutando, pois só a luta muda a história. Para existir é preciso resistir.
19 de dezembro de 2025
Diretoria da ADUA – Seção Sindical - (biênio 2024-2026)
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