| Data: 23/04/2019
 
 A 15ª edição do maior encontro dos povos indígenas do país inicia nesta quarta-feira em Brasília (DF). Em meio à  conjuntura de ataques aos direitos indígenas promovidos pelo governo de  Jair Bolsonaro e seus aliados, o Acampamento Terra Livre (ATL) 2019 terá um caráter especial. O encontro deste ano ocorrerá de 24 a 26 de abril. 
  “Logo no primeiro dia após o ato de posse, o  presidente Jair Bolsonaro editou a MP 870, cuja medida desmonta a Funai,  órgão responsável pela política indigenista do Estado brasileiro”, cita  o texto do chamamento do ATL 2019. A Funai foi transferida para o recém-criado Ministério da  Mulher, Família e Direitos Humanos. Essa mesma medida retirou as atribuições de  demarcação de terras indígenas e licenciamento ambiental nas Terras  indígenas da Funai. A atribuição foi entregue à Secretaria de Assuntos  Fundiários do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa),  sob comando da bancada ruralista.
 
 Outros ataques citados são:  uma série de ataques e invasões articuladas contra as terras indígenas;  perseguição e expressão de racismo e intolerância; o anúncio do ministro  da saúde, Luiz Henrique Mandetta, de mudanças no atendimento à saúde  indígena, levando à extinção do subsistema de saúde indígena.
 Repressão
 
 No último dia 18, uma semana antes do início previsto do acampamento, um novo ataque veio do governo. O ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, Sérgio Moro, autorizou o uso da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes durante o ATL, que é normalmente levantado na Esplanada.
 
 
 Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) criticou a decisão do ministro. “Do que vocês têm medo? Por que nos negam o direito de estar nesse lugar? Por que insistem em negar a nossa existência? Em nos vincular a interesses outros que não os nossos? Em falar por nós e mentir sobre nós? Parem de incitar o povo contra nós! Não somos violentos, violento é atacar o direito sagrado a livre manifestação com tropas armadas, o direito de ir e vir de tantas brasileiras e brasileiros que andaram e andam por essas terras desde muito antes de 1500”, afirmou. 
 ATL
ProgramaçãoO ATL ocorre anualmente na capital federal desde  2005. Em 2018, o acampamento reuniu 3.200 indígenas de 100 povos. O  acampamento é um encontro de lideranças indígenas nacionais e internacionais. O  Acampamento visa gerar a troca de experiências culturais. Também busca  articular a luta pela garantia dos direitos constitucionais dos  indígenas. São diretos, por exemplo, a demarcação dos territórios, o  acesso à saúde e à educação, e a participação social indígena.
 
 
 24/04 – QUARTA – FEIRA
 
 MANHÃ
 
 – Chegada das delegações
 
 – Instalação do acampamento
 
 TARDE
 
 – Coletiva de imprensa
 
 – Abertura do ATL
 
 – Leitura do documento base
 
 – Saudações dos movimentos sociais nacionais e internacionais
 
 – Marcha para o STF
 
 NOITE
 
 – Vigília no STF (Cantos, danças e rituais)
 
 25/04 – QUINTA – FEIRA
 
 MANHÃ
 
 – Audiência pública na Câmara dos Deputados: O papel dos povos indígenas na proteção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável e as consequências da MP 870/19
 
 – Cantos, danças e rituais
 
 – Audiência na Câmara legislativa distrital – Delegação
 
 TARDE
 
 – Acompanhar a Audiência no STF – Delegação
 
 – Plenária nacional das Mulheres indígenas
 
 – Plenária da Juventude e Comunicadores indígenas
 
 NOITE
 
 – Lançamento de relatórios
 
 26/04 – SEXTA – FEIRA
 
 MANHÃ
 
 – Rituais indígenas
 
 – Marcha
 
 TARDE
 
 – Plenária de encerramento
 
 – Aprovação da agenda de lutas
 
 – Aprovação do documento final do ATL2019
 
 NOITE
 
 – Encerramento com noite cultural, apresentações indígenas e não indígenas
 
 27/04 SÁBADO
 
 
 – Retorno das delegações 
 Foto: Apib
 Fonte: ANDES-SN com informações de Apib e Cimi e edição da ADUA-SSind.
 
 
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