| Nesta  quinta-feira (2), na sessão do Congresso Nacional que vai marcar a  abertura dos trabalhos legislativos em 2012, a ministra da Casa Civil,  Gleisi Hoffmann, vai ler a mensagem da presidente Dilma, em que serão  listados os projetos que o governo que ver aprovados este ano. O Projeto  de Lei (PL) 1992/07, que cria a previdência complementar, transferindo a  aposentadoria dos servidores públicos federais para os fundos de  pensão, é um dos primeiros da lista.
 O governo tem usado todo o  seu poder para aprovar o PL, sendo que o principal deles é o anúncio de  que só convocará servidores concursados após a sanção do Fundo de  Previdência Complementar dos Servidores Públicos (Funpresp). A pressão  tem dado resultado e tanto o presidente da Câmara, Marco Maia (PT/RS) e o  líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB/RR) já anunciaram  que o PL 1992/07 é prioridade.
 
 “O governo tem interesse na  aprovação do projeto, tem vontade de ver essa matéria aprovada. Existe  um acordo de líderes para o votar o Funpresp”, disse ao jornal Correio Braziliense  o deputado Rogério Carvalho (PT/SE), que relatou o projeto na Comissão  de Seguridade Social e Família (CSSF). Segundo o parlamentar, a  apreciação do projeto será retomada na próxima terça-feira (7)
 
 Para  o ANDES-SN, o que o governo está fazendo é um tipo de chantagem sobre  os parlamentares ao condicionar a contratação de novos servidores à  aprovação do PL. Esse ardil, no entanto, não vai impedir que a categoria  continue a pressionar os deputados a votarem contra um projeto que  delega ao jogo do setor financeiro, com a contribuição definida, mas sem  o benefício definido, a aposentadoria dos servidores públicos.
 
 Vários  estudos sérios têm demonstrado que o discurso a respeito do déficit da  previdência é falacioso e é utilizado para favorecer o mercado de  capitais a curto prazo, primeiro e grande beneficiário caso o desconto  previdenciário passe a ser feito a favor do fundo de pensão.
 
 Tramitação
 
 O  PL 1992/07 ficou parado por quase quatro anos, mas teve uma tramitação  rápida em 2011. No ano passado, a proposição foi aprovada pela Comissão  de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), da Comissão de Finanças e  Tributação (CFT), Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço  Público (CTASP) e CSSF.
 
 Com isso, o projeto está pronto para ser  votado pelo plenário da Câmara dos Deputados e já há acordos de líderes  para que ele seja colocado em pauta. A votação estava prevista para  ocorrer no dia 14 de dezembro passado, mas houve discordâncias na base  do governo, o que provocou o adiamento.
 
 Atuais servidores
 
 Além  de não contratar novos servidores, o governo também está economizando  com os atuais. Segundo matéria do jornal Correio Braziliense, as  despesas da União, em 2011, com o pagamento de salários e benefícios do  quadro ativo, de aposentados e pensionistas dos Três Poderes cresceram  em ritmo menor do que o registrado em 2010.
 
 Para este ano, se  depender do governo, o arrocho continua. Uma semana antes de morrer, o  secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier  Paiva, havia anunciado que as negociações com os servidores neste ano só  significariam aumentos para 2013.
 
 Fonte: Andes-SN, com informações do jornal Correio Braziliense e Agência Senado.
 
 
 |