|  	A arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, relatora do programa das Nações  Unidas para a habitação, denunciou à ONU na quinta-feira (26/01) a  violação de direitos humanos ocorrida desde o último fim de semana na  comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior de São  Paulo.  	Na denúncia, Raquel fez um apelo para chamar a atenção da  comunidade internacional a respeito do caso. A ação policial na  comunidade do Pinheirinho se deu depois que a Justiça Estadual de São  Paulo determinou a reintegração de posse da área, onde moravam cerca de  6.000 pessoas, e que é alvo de uma disputa judicial.  	Na ação, a polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para  dispersar os moradores que protestavam contra a ação. A atuação policial  foi criticada por conta da força utilizada e também pela falta de  respeito aos direitos básicos dos moradores.  	“Eu não consigo identificar nenhum direito que foi garantido. Nenhum.  Todos foram desrespeitados. Por exemplo, as pessoas não tiveram o  direito de ir e vir para tirar suas coisas. Falamos que sairiam dez  famílias por vez, 15 famílias por vez para não criar tumulto, e eles não  respeitaram. Estão jogando as coisas das pessoas na rua, estão sumindo  coisas. Estão derrubando as casas, sem deixar alternativa para as  pessoas. É pior que a invasão dos Estados Unidos no Iraque”, denunciou o  advogado Antonio Donizete Ferreira, um dos responsáveis pela defesa da  comunidade.  	Para o brasileiro Cláudio Acioly, coordenador do programa das Nações  Unidas para o Direito à Habitação e chefe de política habitacional da  ONU-Habitat, a remoção dos moradores da área constitui uma “violação  drástica” do princípio da moradia adequada.  	Em entrevista à BBC Brasil, o especialista afirmou também que esse tipo  de remoção forçada acaba criando problemas ao invés de soluções para a  sociedade.  	Durante o confronto entre os moradores e policiais, alguns carros foram  incendiados e pelo menos três pessoas ficaram feridas. A Polícia  Militar afirmou que iria averiguar, inclusive, a denúncia de que havia  soldados utilizando armas de fogo durante a repressão aos protestos.  	O governo do Estado de São Paulo negou o uso de violência na  reintegração de posse e afirmou que apenas estava cumprindo uma  determinação judicial.   Fonte: Opera Mundi
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