| O  corte de R$ 55 bilhões no Orçamento de 2012 anunciado nesta  quarta-feira (15) pelo governo atinge áreas consideradas vitais,  inclusive pela própria presidente Dilma Rousseff. Saúde e Educação,  diversas vezes anunciadas como prioritárias pela chefe do Estado,  sofreram juntas corte de R$ 7,4 bilhões em relação ao que foi aprovado  no Congresso Nacional. Foram  revisadas também as projeções de gastos com benefícios previdenciários,  assistência social, subsídios e complementações para o Fundo de  Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com redução de R$ 7,7 bilhões na  previsão de gastos com benefícios previdenciários. Com  um corte 10% maior que o realizado no ano passado, o Planalto  contingenciou ainda R$ 35,01 bilhões de despesas não obrigatórias e  passou a tesoura em R$ 20,3 bilhões dos gastos criados pelo Congresso  com emendas parlamentares. Mais R$ 20,5 bilhões foram reduzidos das  despesas obrigatórias. Contingenciamento
 Na  comparação entre os ministérios, além da Saúde e da Educação, o das  Cidades foi uma das pastas que mais perdeu, com corte R$ 3,3 bilhões,  seguido pelas pastas da Defesa, com redução de R$ 3,3 bilhões; da  Justiça, com menos R$ 2,2 bilhões; e da Integração Nacional, esvaziada  em R$ 2,1 bilhões. A  redução nas verbas também afetou os ministérios do Meio Ambiente e da  Ciência e Tecnologia, que amargaram a redução de R$ 197 milhões e R$  1,48 bilhão, respectivamente. “Esta  é a prova de que a peça orçamentária é cada vez mais utilizada como  mecanismo de manobra pelo governo para destinar as verbas da União, de  acordo com o interesse do Executivo, neste caso mais uma vez assegurando  a farta remuneração dos rentistas, lastrada no que se convencionou  chamar de superavit primário. Com esses cortes, o governo retoma, de  forma autoritária, a proposta original encaminhada ao Congresso ano  passado, anulando o trabalho feito pelos parlamentares”, avalia Luiz  Henrique Schuch, vice-presidente do ANDES-SN. Enquanto isso...
 Ao  mesmo tempo em que anuncia cortes e nega reajuste para os servidores em  2012 sob a alegação que não há previsão orçamentária, o governo enviou  para a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional na última  segunda-feira (13) o projeto do Executivo (PLN 1/12), que abre um  crédito especial de R$ 100 milhões no orçamento da Seguridade Social  para viabilizar a criação do Funpresp. Desta  forma, governo tenta responder a uma crítica feita pelos servidores de  que o PL 1992/02 não poderia ser votado, já que não havia previsão  orçamentária e não tinha estimativa de impacto financeiro. “Há,  portanto, dois pesos e duas medidas, o que mostra que o governo não  negocia com os servidores por uma decisão política. Não há dinheiro para  reajuste, mas há para privatizar a previdência. E mesmo existindo um  impedimento legal, que era a falta de previsão orçamentária, ao que tudo  indica estão procurando um jeitinho”, avalia a presidente do ANDES-SN,  Marina Barbosa. Além  disso, no mesmo dia em que anunciou o corte no Orçamento da União 2012,  a presidente Dilma Rousseff publicou decreto com a abertura de créditos  especiais e extras de R$ 804,16 milhões para o fechamento de contas  relativas ao exercício anterior. De  acordo com o divulgado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira,  os recursos vão para a Presidência, e para as pastas da Agricultura,  Ciência e Tecnologia, Defesa, Desenvolvimento Social, Educação,  Integração Nacional, Justiça, Meio Ambiente, Relações Exteriores, Saúde e  Transportes; e para encargos financeiros da União. 
 
 
 Fonte: ANDES-SN, com informações do Correio Braziliense
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