| São Paulo – Empossado um dia antes na Secretaria de Relações do Trabalho  do Ministério do Planejamento, o economista Sérgio Mendonça participou  ontem (7) de uma primeira reunião com representantes de 43 entidades  sindicais do funcionalismo, sendo 30 entidades nacionais. “Há uma  mudança clara: ao criar a Secretaria de Relações do Trabalho, o governo  decidiu dar foco maior ao processo de negociação. É uma aposta lógica do  ponto de vista da gestão pública e a presença do secretário-executivo  adjunto (Valter Correia) na reunião demonstra que teremos todo o  respaldo do gabinete da ministra nesta tarefa”, disse Mendonça, que  deixou o Dieese para assumir o cargo, ocupado por ele durante o governo  Lula. O economista substitui Duvanier Paiva Ferreira, que morreu em  janeiro.
 A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, destacou  que o novo secretário tem conhecimento do serviço público e das  lideranças sindicais. E afirmou que o objetivo é valorizar ainda mais o  processo de negociação com os servidores, citando a Convenção 151 da  Organização Internacional do Trabalho (OIT). “A gestão democrática das  relações de trabalho, a negociação permanente, são um instrumento  superior de gestão”, afirmou Mendonça.
 
 Os representantes do  funcionalismo entregaram uma pauta de reivindicações com sete itens,  entre os quais definição de uma data-base (1º de maio), política  salarial permanente e reajuste dos benefícios. Em nota, a Confederação  dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) manteve a  cautela, afirmando que o discurso do governo segue sendo o de  austeridade. “A retomada do processo de negociações é um marco  importante, mas o governo vem demonstrando pouca flexibilidade para  avançar com as negociações”, diz a entidade, que não descarta uma  paralisação já no mês que vem. “O tom do discurso dos interlocutores que  compõem a equipe de Mendonça permaneceu o da austeridade fiscal. Tal  comportamento deve acionar o alerta da categoria que tem uma agenda de  mobilização em curso que pode culminar com uma greve geral a partir de  abril.”
 
 
 Fonte: Brasil Atual
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