| Ainda sob o efeito da rebelião em sua base de sustentação no Congresso, a  presidente Dilma Rousseff já ameaça vetar o Código Florestal caso os  deputados forcem a aprovação de um texto que não seja de agrado do  Planalto. A bancada ruralista pressiona para que o projeto seja votado  logo, mas Dilma já avisou que não tem pressa e trabalha para que a  votação fique para depois da ‘Rio +20’.
 A aprovação, às vésperas da conferência mundial sobre ambiente, do  texto que os ruralistas querem poderia representar constrangimento  internacional para o governo. O veto presidencial poderia, assim,  neutralizar as críticas dos ambientalistas. Os líderes dos partidos no  Congresso definirão nesta terça (20), quando o assunto será posto em  votação. Segundo fontes do governo, há opções em estudo para evitar  novos confrontos com a base. O código atual poderia ser ajustado às  necessidades dos pequenos agricultores por meio de três decretos - já  prontos para edição- para flexibilizar regras de recomposição de áreas  desmatadas.
 
 O decreto que suspende multas a desmatadores, que vence em 11 de abril,  poderia ser prorrogado mais uma vez, até que se forme consenso na  Câmara para aprovar a íntegra do texto do Senado, tido por Dilma como o  meio-termo possível entre ruralistas e ambientalistas.
 
 Os ruralistas dão sinais de que entenderam o recado. O deputado Moreira  Mendes (PSD-RO), líder da bancada, acenou ontem com a possibilidade de  aceitar o texto do Senado, se este for incorporado ao parecer do relator  na Câmara, Paulo Piau (PMDB-MG). Piau apresentou na sexta (16) parecer  que desfigura o texto do Senado, mas disse que é sujeito a mudanças.
 
 Em meio à crise, o Planalto terá que monitorar comissões que analisam  matérias polêmicas. Uma delas é a emenda constitucional que transfere do  Executivo para o Congresso a decisão sobre demarcação de terra  indígena. A medida provisória que institui a política nacional de  proteção à defesa civil perderá a validade se o Senado não a analisar  até quarta. O Planalto ainda arrisca não emplacar duas indicações para a  ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
 
 Por fim, Dilma Rousseff pode ver o PR apoiar a criação de uma CPI para  investigar irregularidades na Casa da Moeda ou no BNDES (Banco Nacional  de Desenvolvimento Econômico e Social).
 
 
 Fonte: Adufsm
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