| Participantes  do Comitê Nacional da Campanha pelos 10% do PIB para a educação  pública,já! defenderam na tarde desta quarta-feira (20), em audiência  pública na comissão especial que está analisando o PNE (Plano Nacional  de Educação), a aplicação imediata dos 10% do Produto Interno Bruno na  educação pública. “Podem dizer que é um sonho, mas neste país ainda não é  proibido sonhar. Sem contar que acreditamos ser plenamente possível  alcançarmos já essa meta”, afirmou Mauro Puerro, dirigente da  CSP-Conlutas, que falou em nome do Comitê.
 Os diretores do  ANDES-SN César Minto (2º secretário), Laura Fonseca (1º vice-presidente  da Regional Sul) e Maria Suely Soares (3ª tesoureira) e a professora da  Universidade de São Paulo (USP) Lighia Horodinsky Matsushigue,  participante da Campanha, acompanharam a audiência pública.
 
 Na sua fala, Puerro criticou o fato de o governo, ao encaminhar a proposta  de PNE para o Congresso, não ter apresentado um diagnóstico da educação  pública no país e de a proposta governista incentivar a educação à  distância e a ampliação do fundo público para a iniciativa privada.
 
 “E  sobretudo, preocupa-nos o fato de o percentual do PIB proposto, seja  7,5% ou 8%, ter como prazo para consecução o ano de 2020”, afirmou.  Purro também criticou o fato de o PNE não compatibilizar  responsabilidades entre os entes da federação.
 
 Ele lembrou que o  “PNE – Proposta da Sociedade Brasileira”, foi construído, na década de  1990, a partir de uma articulação da sociedade, enquanto que a proposta  atual foi discutida em uma conferência hegemonizada pelo governo. “E,  mesmo assim, a proposta de 10% tirada pela Conferência Nacional de  Educação (Conae) não foi cumprida”, afirmou.
 
 Durante a audiência, Puerro entregou ao relator do PNE, deputado Ângelo Vanhoni, um manifesto do Comitê (que pode ser lido aqui),  em que é feita a defesa de investimentos urgentes em educação, da  educação básica ao ensino ao superior, como forma do avançar a qualidade  de vida do trabalhador.
 
 Na sua fala, o representante da  CSP-Conlutas também explicou que durante o ano passado, a Campanha  realizou reuniões, debates, aulas públicas, abaixo-assinados e  diferentes mobilizações, obtendo cerca de 400 mil assinaturas em um  plebiscito pela aplicação já dos 10% do PIB em educação.
 
 “O  governo federal gasta hoje quase 50% do orçamento com o pagamento da  dívida e o acumulado do superávit primário nos últimos 12 meses chega a  5,71% do PIB. Temos de mudar essa relação. Estamos aqui em mais uma  tentativa de sensibilizar a todos, relator, comissão especial e governo  federal, a investirem na educação e, consequentemente, na dignidade da  reprodução da força de trabalho”, argumentou Puerro.
 
 Também  falaram na audiência pública, o professor da Universidade de São Paulo  (USP) José Marcelino Rezende Pinto; o professor da Universidade Federal  de Goiás (UFG) Nelson Cardoso Amaral; o coordenador geral da Campanha  Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara; e o integrante do  Conselho do Movimento Todos pela Educação Mozart Neves Ramos.
 
 A  audiência também foi acompanhada por dirigentes da Assembleia Nacional  dos Estudantes Livre (Anel), do Sindicato Nacional dos Servidores  Federais da Educação Básica , Profissional e Tecnológica (Sinasefe), da  Oposição Alternativa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do  Estado de São Paulo (Apeoesp), e do Diretório Central dos Estudantes da  Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
 
 
 
 
 Fonte: ANDES-SN |