| Com  votos favoráveis de senadores da oposição, a Comissão de Assuntos  Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (27) o projeto que prevê  privatização da previdência dos servidores públicos. O  PLC 02/2012, que cria o Funpresp , ainda deverá ser votado pelas  comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Assuntos  Sociais (CAS) antes de seguir para deliberação do Plenário.  A votação  nas duas comissões está prevista para esta quarta-feira (28).  Neste  mesmo dia, os servidores públicos federais ocupam a Esplanada dos  Ministérios a partir das 9h, em marcha da Jornada Nacional de Lutas. A  rejeição do PLC 02/2012 é uma das principais bandeiras do ato, que  reivindicará também  a aplicação imediata dos 10% do Produto Interno  Bruto (PIB) na Educação, entre outras bandeiras de interesse geral da  sociedade civil. Na  parte da tarde, os servidores participam de uma atividade política no  Auditório Petrônio Portela, no Senado, contra a privatização da  previdência pública. O seminário "Pela Rejeição do PLC 2/2012" acontece a  partir das 14h e conta com a participação da professora Sara Granemann,  da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro  (Adufrj - Seção Sindical), e de Clemilce Carvalho, auditora fiscal da  receita federal aposentada, além de vários parlamentares contrários ao  PLC. Votação
 Os integrantes da CAE acolheram o relatório favorável ao PLC 2/2012,  elaborado pelo senador José Pimentel (PT-CE), que rejeitou as 33 emendas  com o objetivo de alterar a proposição aprovada pela Câmara dos  Deputados. Os parlamentares recusaram também voto em separado do senador  Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que pretendia a simples rejeição do  projeto. Além  de Randolfe, quem condenou o projeto foi o senador Roberto Requião  (PMDB-PR), que citou “experiências desastrosas” ocorridas no Chile, na  Argentina e nos Estados Unidos decorrentes de semelhante solução. De  acordo com o parlamentar, os aposentados chilenos só recebem hoje um  terço dos valores de seus proventos, devido aos resultados desfavoráveis  das aplicações dos recursos. Requião  questionou também a intenção da mudança, dizendo que, no curto prazo,  ela aumentará o déficit da previdência, cujas contas, em sua avaliação,  teriam resultado positivo somente após 60 anos. O objetivo, de acordo  com o parlamentar, é apenas aumentar o volume de receitas administradas  pelos bancos. No  voto em separado, Randolfe disse que apenas um setor da economia está  “feliz da vida” com a proposta: os bancos. Ele previu que as  instituições financeiras – que já têm lucratividade elevada – vão ganhar  ainda mais com a reforma pretendida. Randolfe  questiona onde os bancos – “que serão os gerentes dos recursos dos  fundos de pensão” – investirão o dinheiro dos servidores públicos. Para  ele, “investir a aposentadoria futura dos servidores públicos em papeis  podres, em um mercado que transforma fortunas em lixo do dia para a  noite, é uma grande temeridade”. 
 
 Fonte: Andes-SN, com informações da Agência Senado
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