| Enquanto  a sociedade se mostra sensibilizada à causa justa dos professores do  ensino básico pela aplicação da Lei do Piso nos estados e municípios,  poucos sabem que aqueles que, recém formados, optam exercer o magistério  nas universidades federais, iniciam a carreira com um vencimento básico  de apenas R$ 557,51, para contrato de 20 horas. Ou seja, abaixo até  mesmo do salário mínimo proposto pelo governo.
 Quando somado à  Gratificação Específica do Magistério Superior (Gemas), a remuneração do  professor auxiliar graduado (20h) chega a R$ 1.536,46. Este é o valor  que aparece, por exemplo, no edital  divulgado pela Universidade de Brasília (UnB) no Diário Oficial da  União (DOU) nesta quinta-feira (12), para o preenchimento de uma vaga de  professor substituto na área de Ginecologia e Obstetrícia.
 
 Com o  mesmo salário inicial, a vaga para professor substituto graduado 20h na  área de Medicina da Criança e do Adolescente na UnB não foi preenchida  ainda, pois, de acordo com o edital publicado no mesmo DOU, “não houve inscrição de candidatos na  secretaria do departamento”. A situação se repete em várias  universidades do país, principalmente naquelas que pretendiam ser  expandidas com o Reuni.
 
 Desde agosto de 2010, o ANDES-SN vem  negociando com o governo federal a reestruturação da carreira docente. O  processo foi interrompido com a morte do secretário de Relações do  Trabalho, Duvanier Paiva, e deve ser retomado nesta sexta-feira (13).
 
 O  Sindicato Nacional propõe que o ingresso na carreira do magistério  federal tenha como valor de referência para a remuneração inicial o  salário mínimo do Dieese, atualmente em R$ 2.398,82 para professor nível  I, graduado, em contrato de 20 horas semanais.
 
 Mobilização
 Uma  rodada de reuniões entre o ANDES-SN, Ministério do Planejamento e  demais entidades do setor da educação para retomar a discussão a acerca  da reestruturação da carreira docente foi agendada para os dias 13, 19 e  25 de abril.
 
 Nestas datas está prevista grande mobilização da  categoria docente. Nesta sexta-feira, as seções sindicais devem  organizar atividades nas universidades e dialogar com a comunidade  interna e externa, explicando a luta dos professores das Instituições  Federais de Ensino Superior (Ifes).
 
 Já nos dias 19 e 25, devem  ocorrer paralisações n as Ifes de todo o país. Na próxima semana, em  defesa da pauta específica dos docentes e no dia 25, previamente  convocada pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos  Federais, em defesa da pauta unificada dos SPF. Neste dia, as demais  categorias dos servidores também deverão suspender as atividades em todo  o país.
 
 Fonte: ANDES-SN
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