| O relator do Plano Nacional de Educação  (PNE - PL 8035/10), deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), informou nesta  terça-feira que o governo federal deverá insistir na meta de  investimento total de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor. O valor é o mesmo apontado pelo próprio Vanhoni em sua proposta de  substitutivo ao PNE, que trata dos objetivos da área para os próximos  dez anos. A declaração foi dada após reunião fechada entre deputados  ligados ao setor e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A meta inicial prevista na proposta do governo era de 7% de  investimento direto na área. Os 8% de investimento total sugeridos por  Vanhoni incluem recursos de bolsas de estudo e financiamento estudantil,  além da contribuição previdenciária dos professores da ativa. Esse  percentual corresponde a cerca de 7,5% de investimento público direto. Hoje, União, estados e municípios aplicam, juntos, em torno de 5% do  PIB em educação. Entidades ligadas ao setor pedem o investimento de pelo  menos 10%, mas o governo alega falta de recursos disponíveis. Para o relator, os 8% de investimento total são suficientes para  garantir melhorias significativas para a área: “Estou absolutamente  convencido de que esse valor vai garantir uma revolução na educação,  tanto em termos de inclusão, como em termos de qualidade”. Recursos insuficientes A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), no entanto,  afirmou que os 7,5% de investimento direto são insuficientes e defendeu a  aplicação de 10%. Segundo ela, no entanto, não houve espaço para  negociação na reunião com Mantega: “O encontro foi cordial, mas não  representou nenhum avanço”.
 Para o presidente da comissão especial que analisa o PNE, deputado  Lelo Coimbra (PMDB-ES), o encontro de hoje serviu ao menos para  facilitar o debate entre os deputados. “A reunião com o ministro tirou a  percepção de enfrentamento no âmbito político. Isso significa menos  pontos de tensão”, avaliou. O presidente da Comissão de Educação e Cultura, deputado Newton Lima  (PT-SP), lembrou que uma nova lei poderá rever o valor definido no PNE,  após cinco anos de vigência. “O importante é compatibilizar  responsabilidade educacional com responsabilidade fiscal. Devemos  avançar para combater nosso passivo educacional, mas sem colocar em  risco a estabilidade econômica. O ministro foi claro ao dizer que, caso  haja uma nova conjuntura econômica no futuro, os 8% poderão ser revistos  para mais”, afirmou. Caso o PNE seja aprovado com os 8% de investimento total, somente uma  nova lei, com tramitação pelo Congresso, poderá rever esse valor. Relatório finalAngelo Vanhoni apresentará seu relatório final sobre o PNE na próxima  semana. Na terça-feira (17), o colegiado deverá se reunir para traçar um  novo cronograma de trabalho, com datas prováveis de votação. Nenhum dos  deputados presentes à reunião soube dizer, contudo, se há perspectiva  de aprovação ou rejeição da proposta da forma como foi defendida pelo  governo.
 
Íntegra da proposta:  Fonte: Agência Câmara
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