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Salário de filho do vice-presidente Hamilton Mourão aumenta 150% com promoção no Banco do Brasil



Data: 09/01/2019

Na última segunda-feira (7), o governo de Jair Bolsonaro (PSL), que tem demonstrado constantemente o interesse em privatizar bancos públicos e outras empresas, empossou os novos presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (
BNDES), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal. Joaquim Levy, Rubem Novaes e Pedro Guimarães foram escolhas, respectivamente, do ministro da Economia, Paulo Guedes, para os cargos. Todos os empossados destacaram a intenção de aplicar medidas econômicas de processo de privatização das instituições.

O vice-presidente general Hamilton Mourão esteve presente apenas na posse de Rubem Novaes. E não parece ter sido a toa. Nesta terça-feira (8), a assessoria do BB confirmou a promoção de cargo de Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do general. Em seu novo posto de assessor especial do presidente do banco, o filho de Mourão receberá por mês R$ 36,3 mil, aumentando o salário em 150%. Isso só demonstra que não podemos deixar de reconhecer a prioridade do governo Bolsonaro em defender a família. Além da assessoria de Rossell para Rubem Novaes, a nora do general, Silvia Letícia Zancan Mourão, também é funcionária do banco.

Segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo, os funcionários afirmam que a ascensão na carreira de Rossell se deu de forma “inusual”, e que normalmente tais promoções ocorrem de forma progressiva. E embora o nepotismo não constitua ato criminoso, quando praticado de forma intencional, os envolvidos podem sofrer ação civil pública por improbidade administrativa.

Para o delegado sindical no Rio de Janeiro e membro do Movimento Nacional de Oposição Bancária, Rodrigo da Silva, “a nomeação do filho do vice-presidente gerou um grande desconforto em todo o funcionalismo. Apesar de ser um funcionário de carreira, o salto com essa promoção mostra o nepotismo e intenção de aparelhamento da empresa por parte do novo governo. Coisa que também aconteceu nos governos anteriores”, relembrou.

Ironicamente, durante a posse dos presidentes dos bancos, Bolsonaro fez declaração em que condenava ações que visam benefício em decorrência de posição de poder político. “Aqueles que foram a essas instituições [bancos públicos] por serem amigos do rei buscar privilégios, ninguém vai persegui-los, mas esses atos, essas ações, esses contratos tornar-se-ão públicos”, afirmou.

Privatização

Os bancos públicos correm sério risco em processo de privatização, e o papel de gestor de políticas sociais, nesse caso, é perigosamente prejudicado. Para Rodrigo, são essas instituições as “que realmente atendem as necessidades da população”, mas que “infelizmente têm atuado cada vez mais sob a lógica do mercado”.

“Os bancos privados conseguem manter altas taxas de lucros sustentadas pelo pagamento da dívida pública, e são os bancos públicos que garantem de fato o atendimento às necessidades da população”, defende.

Bolsonaro já anunciou que os bancos públicos no país terão “tamanho reduzido”, antecipando que subsidiárias serão vendidas e aportes feitos pelo Tesouro serão devolvidos.

Outro duro ataque será a consequente diminuição de número de agências e demissões, além do aumento do custo do crédito, igualando taxas de financiamento imobiliários, por exemplo, a valores de mercado.

“A venda de subsidiárias é uma forma de privatizar as empresas aos pedaços, repassando ao mercado os setores mais lucrativos e diminuindo o tamanho da bancos. Algo que avançou muito no BB na gestão de [Aldemir] Bendine, e que foi levado para a Petrobrás para seguir com o mesmo procedimento. O resultado disso é o aprofundamento da lógica de mercado e o encarecimento dos produtos, que deixam de ser próprios para serem adquiridos no mercado”, explica.

Além disso, as tarifas de modo geral devem aumentar nesse cenário, uma vez que é necessário garantir o “aumento de lucros do banco e dos novos ‘parceiros’ que adquirem as subsidiárias”, detalha Rodrigo.

Ainda em fins de 2018, Rubem Novaes declarou que a recomendação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e Bolsonaro era privatizar o que fosse possível dentro da instituição financeira, tornando o banco “cada vez mais competitivo e enxuto”.

Interesses políticos e reação em cadeia

Junto de Mourão, que acompanhava a posse do novo presidente do BB, estava a ministra da agricultura Tereza Cristina.

Os interesses de ambos são evidentes. Se por um lado o governo avança no processo de privatização de instituições financeiras e o filho do general é beneficiado com promoção de cargo no BB, por outro a bancada ruralista também se movimenta nas relações políticas. Um exemplo é o fato de o Banco do Brasil e subsidiárias serem responsáveis por financiar agricultura familiar por meio de programas do governo.

Esse aporte responde a boa parte da produção de alimentos consumidos pela população, que somente é viável por ter garantido juros mais baixos do que os ofertados por bancos privados. Com a privatização dos bancos públicos, consequentemente, o custo dos alimentos sofrerá alterações e terão aumento.

Foto: Reprodução

Fonte: CSP-Conlutas



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