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  14/06/2021 - por Isaac W. Lewis



Identidade social e cultural em país colonizado



Vamos aceitar o desafio de intelectuais judeus e judias: “É preciso chamar as coisas pelo nome. É chegada a hora de nós, intelectuais, livres pensadores judeus e judias progressistas, descendentes das maiores vítimas do regime nazista, posicionarmos, como atores sociais, diante do debate público, sobre o atual momento nacional. É perceptível que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro tem forte inclinação nazista e fascista [....]”...

 

Desde a diáspora imposta à população judaica pelo imperador de Roma no ano 70 d.C., os judeus e as judias testemunharam o desenvolvimento de instituições e nações europeias que os marginalizaram, os discriminaram e os massacraram impiedosamente.  Tanto indivíduos quanto comunidades judaicas sofreram perseguições na maioria dos países ocidentais e naqueles que seguiram a cultura ocidental. Apesar disso, descobertas, conhecimentos científicos e filosóficos foram produzidos por judeus e judias. O desenvolvimento econômico das nações europeias contou com a participação de judeus, principalmente, na Holanda, Inglaterra e França. Esse desenvolvimento foi construído através da exploração de nativos de todas as partes do mundo, incluindo judeus operários ou camponeses por capitalistas europeus, norte-americanos com apoio incondicional de capitalistas judeus. Sabemos também que o regime nazista (regime pró-capitalista, diga-se de passagem) contou com apoio incondicional de judeus capitalistas. Passados mais de dois anos da eleição de Jair Bolsonaro, a hora de manifestação dos intelectuais judeus e judias do Brasil parece um pouco tardia, pois há mais de quinhentos anos que as classes privilegiadas portuguesas e as classes favorecidas luso-brasileiras administraram o território brasileiro, cometendo genocídios através de forças de segurança, exploração violenta dos nativos da América e da África, com apoio financeiro de capitalistas europeus e judeus. Por que os intelectuais judeus e judias demoraram a se manifestar? Entendemos essa demora por parte dos intelectuais luso-brasileiros como parte da hipocrisia cultural cultivada pelos descendentes das classes favorecidas desse país. O que explicaria a demora dos intelectuais judeus e judias “diante do atual momento nacional” que, afinal, não é tão atual? Além disso, os intelectuais judeus e judias deveriam saber que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro não se orienta por ideias e princípios nazistas e fascistas. Esses princípios surgiram, primeiramente, como reação à dominação imperialista, capitalista inglesa, francesa e norte-americana sobre todos os países e povos do mundo. O Brasil não possui e nunca possuiu uma burguesia moderna. Então, os políticos e as classes favorecidas nunca pensaram em reagir contra ou competir com os principais países capitalistas e imperialistas europeus ou norte-americanos. Todos os princípios ditos democráticos, socialistas, comunistas, nazistas ou fascistas sempre sofreram desvirtuamentos levianos no Brasil devido à pobreza intelectual de seus ideólogos. Talvez isso explique a participação e a colaboração de descendentes de judeus, africanos, japoneses, italianos e portugueses no governo de mentirinha chefiado por Jair Bolsonaro.

 

Se “é preciso chamar as coisas pelo nome”, deveremos chamar as ideias e os princípios confusos seguidos pelo presidente Bolsonaro, pelos militares, ministros, policiais e outros seguidores ignorantes que o apoiam de princípios terroristas, tais como os defendidos e praticados pelos grupos terroristas em várias partes do mundo, os quais cometeram e cometem crimes arbitrariamente em nome de preconceitos religiosos, surgidos na pré-história e ainda mantidos pelos semitas (árabes e judeus) e de seus vis interesses. O atentado sofrido por Malala Yousafzai, no Paquistão, em 9 de outubro de 2012, e o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Brasil, no dia 14 de março de 2018, demonstram a pertinência dos nomes que devemos dar às ações praticadas pelo grupo político que dirige o país no momento atual. Esperamos que os descendentes das maiores vítimas do regime nazista sejam mais coerentes com a história de judeus e judias progressistas que lutaram e lutam coerentemente por uma sociedade justa para todos os seres humanos.

 

*Isaac Warden Lewis é professor aposentado da Faculdade de Educação/UFAM.







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