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  14/02/2019 - por



Sobre Chico Mendes, poucos sabem e respeitam seu legado



Muitos comentam sobre a trágica entrevista do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao Roda Viva, na última segunda-feira (11). Definitivamente, Salles está no lugar errado e no governo certo. Seria estranha outra postura da caserna.

Daqueles que comentam sobre Chico Mendes, poucos sabem e respeitam seu legado, mesmo na esquerda.

Aliás, como diria meu amigo Osmarino Amâncio, ele e Chico, a época, nem sabiam o que era direita ou esquerda. Conceitos esses, usados por uma burguesia intelectual a beira mar.

Trabalhei por quatro anos com o que restou dos seringueiros.

Digo isso, porque a política ambiental do PT expulsou muitos deles da floresta. Ou por exorbitantes multas ambientais ao criminalizar práticas tradicionais de manejo da floresta. Ou por avanço da economia verde e seus créditos ambientais que levaram aos seringais ONGs (Organizações Não Governamentais) e empresas nacionais e estrangeiras e seus interesses capitalistas.

Reintegrações de posse, despejos, multas e penas. Um passeio pelos códigos civil e penal para defender um conceito desconhecido pelos moradores da floresta: propriedade.

Poucos resistem para manter a luta construída por Chico nos varadouros da floresta. Dercy Telles, Osmarino Amâncio, e, até dias atrás Targino de Oliveira, todos ativistas que defendiam a floresta.

Outros tantos formaram riqueza em gabinetes, pendurados em ONGs, ou em palestras pelos lados da Califórnia.

Chico defendia a floresta em pé! Pois era da floresta que os seringueiros, ribeirinhos e indígenas sobreviviam com alimento e trabalho.

Era uma rota de colisão com o processo de expansão e ocupação agrícola da Amazônia no regime militar. A pecuária foi a linha principal do governo Geisel e sua regularização de terras griladas.

Com a pecuária, veio o desmatamento. Com o desmatamento: a falta de renda, alimentos e desequilíbrio social e ambiental.

Chico se insurge pelos empates (símbolo de suas resistências, de suas lutas e de suas reivindicações). Sua dedicação, coragem e liderança contra os fazendeiros o levaram a morte.

Chico entregou sua vida por direitos sociais e ambientais. Muitos ainda são assassinados pelos rincões do Brasil. O agro mata e desmata, senhor ministro Ricardo Salles.

*Waldemir Soares Junior é advogado da CSP-Conlutas



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