Centenas de pessoas participaram em Manaus da manifestação nacional no domingo (14) contra o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que reduz a pena do ex-presidente, Jair Bolsonaro, e outros envolvidos no atentado à democracia de 8 de janeiro de 2023. ADUA, ANDES-SN, outras entidades sindicais, representantes de movimentos estudantil e indígena, partidos políticos e centrais sindicais somaram forças ao ato realizado pela manhã no Centro da cidade.
Com cartazes e faixas com dizeres como “Fora Hugo Motta”, “PL da Dosimetria não” e “sem anistia aos golpistas”, a população foi às ruas se posicionar contra a medida aprovada no dia 9 de dezembro pela Câmara dos Deputados, mais uma tentativa de blindagem aos condenados pela tentativa de golpe de estado. A primeira foi a “PEC da Blindagem” que também gerou uma grande reação do povo brasileiro convocando atos no dia 21 de setembro deste ano.
Docentes da Diretoria da ADUA e outras(os) sindicalizadas(os) à Seção Sindical caminharam em protesto segurando uma grande bandeira da entidade e faixas com os dizeres “Anistia para os golpistas, não!” e “Congresso inimigo do povo”. A presidente da ADUA, professora Ana Lúcia Gomes, e 2º vice-presidente, José Alcimar de Oliveira, discursaram durante a manifestação, destacando a importância da unidade para lutar contra todos esses retrocessos.
“Nós temos que mostrar para a Câmara e o Senado que não vamos aceitar que eles façam um jogo contra a população, eles tem que representar que colocou eles lá, e foi o povo. Não aceitaremos que golpistas que atentaram contra a democracia sejam anistiados. Esse país já passou por duas ditaduras e sabe o que isso significa. Esse movimento aqui é para mostrar que não ficaremos calados e que a rua é do povo. É infracional o que eles estão fazendo: atentar contra a democracia, contra o voto popular. Nós estaremos na rua quantas vezes for necessário para fazer valer o nosso direito”, afirmou Ana Lúcia Gomes.
Após concentração na faixa liberada da Avenida Getúlio Vargas, caminhada pela Sete de Setembro até a Avenida Eduardo Ribeiro, as(os) manifestantes se posicionaram também contra a aprovação do Marco Temporal, também no dia 9, no Senado Federal. A proposta determina que apenas terras sob posse indígena em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, possam ser demarcadas. A tese já foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O povo indígena se manifestou no ato pela demarcação de suas terras, pela floresta em pé e contra a mineração e a crise climática.
Parintins
A cidade de Parintins (AM) também esteve nas ruas neste domingo para gritar NÃO ao PL da Dosimetria. Docentes do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ/Ufam), entre eles(as) a diretora Valmiene Florindo, participaram da manifestação na ilha. “Você, eu, todas nós estamos sendo ameaçados e ameaçadas por um Congresso que é nosso inimigo, que é inimigo do povo, que vem se organizando para destruir todos os direitos que foram conquistados a duras penas por homens e mulheres que vieram antes de nós”, discursou a professora Valmiene durante a mobilização em Parintins.
Com falas ao microfone e faixas, os manifestantes alertaram a população sobre o projeto de lei. Outro a participar e se manifestar durante a manifestação na ilha foi o professor Helder Mourão. “Hoje estamos aqui porque ainda existe democracia. Se o objetivo do 8 de janeiro tivesse sido conquistado, no caso o golpe de estado, nós não poderíamos estar aqui, da mesma forma como ocorreu em 1964. Ou seja, os movimentos sociais e populares estariam impedidos de se manifestar”, frisou. O docente destacou que o objetivo máximo do PL da Dosimetria é reduzir a pena de Bolsonaro. “Estão aqui em busca de mostrar para a população parintinense a necessidade de se unir para impedir queda da nossa democracia”.
ADUA e ANDES-SN juntos nas ruas com a povo por justiça e democracia. Sem anistia para golpistas!
.jpg)
Fonte: ADUA
Fotos: Daisy Melo/Ascom ADUA e ICSEZ/Ufam/Divulgação
|
15/12/2025
