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  31/07/2023



A pergunta persiste: Quem mandou matar Marielle?



Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Marielle Franco completaria 44 anos no dia 27 de julho deste ano se o seu caminho não tivesse sido atravessado por um covarde atendado em 2018. Com a delação do ex-policial militar, Élcio de Queiroz, que confirma a participação no crime e aponta o ex-policial do Bope, Ronnie Lessa, como assassino de Marielle e Anderson Gomes, a pergunta que persiste é: quem mandou matar a vereadora?

 

Recente investigação da Polícia Federal (PF) expõe falhas da Polícia Civil e pode ajudar a responder às perguntas que ainda perduram sobre este atentado político. Em coletiva de imprensa no dia 24 de julho, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o depoimento de Élcio abre novos rumos para se chegar aos mandantes do crime. 

 

Também no dia 24, a PF voltou a prender o ex-bombeiro, Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, que estava cumprindo pena em regime aberto. Ele é acusado de ter participado do planejamento do assassinato da vereadora e havia sido preso por tentar atrapalhar as investigações. 

 

No depoimento, Élcio de Queiroz confessou que dirigiu o o carro usado na noite do  crime e confirmou que o atirador foi Ronnie Lessa, tendo este enriquecido rapidamente. Lessa era vizinho do ex-presidente da república, Jair Bolsonaro. 

 

Desde o início das investigações uma série de relações entre Lessa e Bolsonaro são traçadas como, por exemplo, o fato de, em 2009, ele ter recebido ajuda de Bolsonaro quando pediu para ter prioridade em um atendimento na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação. Também há registros de ligações telefônicas entre as casas de Bolsonaro e Ronnie Lessa, na época do crime contra Marielle. 

 

Nos últimos anos, cinco pessoas investigadas por envolvimento no caso foram assassinadas, entre elas o policial militar Edimilson Oliveira da Silva, o Macalé. Considerado suposto contratante do crime, ele foi morto em 2021.

 

Entre outros crimes pelos quais Lessa já foi condenado estão comércio e tráfico de armas e obstrução de investigação e destruição de provas. Ele e Queiroz estão em penitenciárias federais de segurança máxima e terão julgamento marcado.

 

Homenagem 

 

Com objetivo de ressignificar a dor e manter a memória de Marielle, foi inaugurada uma estátua em homenagem à parlamentar, no dia 27 de julho, na  Praça Mário Lago, no Rio de Janeiro. 

 

"É um dia histórico, é um dia de memória, dia de ressignificar a nossa dor, a nossa luta. Tem sido quase cinco anos incansáveis pedindo por justiça, lembrando que a gente ainda segue sem saber quem mandou matar a Mari. Então, ter essa estátua, ressignificando esse lugar, onde ela muitas vezes discursou, muitas pessoas que votaram nela conheceram ela aqui nesse lugar. Então, para mim, hoje, além da emoção do aniversário dela, é a importância de saber que a minha irmã está aqui, mais um pedacinho com a gente", afirmou  durante a cerimônia de homenagem, a irmã de Marielle e hoje ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

 

A na época companheira de Marielle Franco e hoje vereadora (Psol/RJ), Monica Benicio, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo,  que espera que a justiça seja feita por meio das investigações para descobrirem quem financiou o crime.

 

A estátua de Marielle foi construída em bronze em tamanho natural (1,75 metro) e esculpida pelo artista plástico Edgar Duvivier. O local onde está instala torna-se um espaço de memória coletiva onde ecoa a mensagem da incansável luta de Marielle por justiça, igualdade e inclusão social.

 

Marielle, presente! 

 

 

Arte: Paula Villar 

 

Fontes: ADUA com informações de G1, Extra, Rio de Janeiro, Fórum, Veja, Metropoles, Brasil 247, Globo e CSP-Conlutas

 

 



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