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  18/10/2023



Estudantes da Ufam em Parintins protestam após anúncio de corte de orçamento para auxílio acadêmico



 

Em resposta ao anúncio de corte de 50% nos auxílios acadêmicos, estudantes do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (ICSEZ/Ufam), campus Parintins, protestaram no dia 12 de outubro em frente ao Bumbódromo, com apoio da ADUA. As e os discentes pediram recomposição de verba para pagamento dos auxílios moradia, acadêmico, creche e Residência Universitária (Runi). O anúncio da redução da verba foi feito pela Diretoria do ICSEZ.

 

A representante do Centro Acadêmico de Pedagogia, Amanda Mendes, explicou que o orçamento do próximo ano não atenderá às(aos) estudantes que precisam dos auxílios.  “Hoje são 400 beneficiários e com o orçamento que está previsto para 2024 a previsão é que não atenda nem 200 estudantes, então foi pela ampliação do orçamento que reivindicamos”.

 

A discente ainda criticou a divisão do repasse entre os campi da Ufam de Manaus e dos demais municípios. “Os interiores desde sempre são muito massacrados, ficamos com as sobras do que a capital manda, e a capital nesse orçamento para 2024 está com um número bem maior de bolsas. Estávamos reivindicando nossos direitos como sede no interior que recebe muitos discentes das redondezas”, disse.

 

No mesmo dia da mobilização, as representações estudantis e a comunidade acadêmica foram convidadas para uma reunião com o reitor da Ufam, Sylvio Puga, na qual ele informou que não haveria reduções e cortes. Amanda Mendes contou que nessa reunião ficou claro que o reitor tentou fugir da pauta e jogar a responsabilidade para a diretora do ICSEZ.

 

“Como se ele não tivesse ciência da nossa realidade, ele tentou conter a gente, para que não fôssemos para as ruas, pois, após nos manifestarmos nas redes sociais, ele viu que estávamos nos mobilizando, então pediu um voto de confiança e disse que garantiria os auxílios, mas ainda assim fomos para as ruas reivindicar nossos direitos e mostrar a força estudantil”, afirmou Amanda.

 

A representante do Centro Acadêmico de Serviço Social, Bruna Araújo, declarou que a manifestação foi um grito de socorro pelos campi do interior.  “Nós estamos cansados de assistir ao descaso que a nossa instituição se encontra em relação à infraestrutura. Nas salas não podemos pisar em alguns lugares ou o piso se quebrará mais do que já está quebrado. Enfrentamos falta de equipamento, de professores, de segurança. Não temos nem água gelada no bebedouro. Ficamos calados tempo demais, chegou o momento de dizer chega! E não estamos fazendo isso só por nós, Parintins, mas em nome dos outros institutos: ICET, ISB, IEAA, INC”, enfatizou a discente.

 

 

O orçamento do Departamento de Assistência Estudantil (Daest) para a Política Nacional de Assistência Estudantil de 2024 prevê um total de R$ 24 milhões. Desse total, metade é destinado para pagamento dos contratos de Restaurante Universitário (RU) e o restante para despesas de auxílios moradia, creche e Runi.

 

Os campi da Ufam de Parintins, Coari, Humaitá, Itacoatiara e Benjamin Constant ofertaram, neste ano, editais para cerca de 400 auxílios por instituto. Esse valor representa um montante de R$ 3,360 milhões, por unidade.

 

“Mesmo que os R$ 12 milhões restantes referentes aos auxílios fossem divididos pelas seis unidades, e aí incluindo a sede, teríamos uma média de R$ 2 milhões por unidade, o que também seria insuficiente para o pagamento das 400 bolsas”, explicou a diretora do ICSEZ, Sandra Helena da Silva, em comunicado feito à comunidade acadêmica.

 

A diretora esclareceu que o campus de Manaus lançou editais (acadêmico, creche e moradia) com valor de R$ 2,940 milhões, restando 1,8 milhão para uma média de 210 auxílios do ICSEZ. “Ou seja, teríamos uma redução de 50% no acesso aos auxílios estudantis, o que entendemos como uma grande perda e vai colocar em risco a permanência do estudante nas unidades do interior”, escreveu no comunicado Sandra Helena da Silva.

 

A 2ª vice-presidente da ADUA e professora do ICSEZ, Maria Eliane Vasconcelos, afirmou que a mobilização das(os) estudantes foi um ato de resistência às decisões da universidade que “não as(os) escuta, não as(os) conhece, não as(os) coloca como prioridade na formação”. “No caso dos auxílios acadêmicos é fundamental que a universidade possa manter ou aumentar, e não reduzir. As e os estudantes estão fazendo história a partir de dentro da Amazônia profunda, que está atenta a defesa dos direitos”, afirmou.

 

Questionado sobre o assunto, o reitor da Ufam informou que “os editais da assistência estudantil da Ufam foram todos prorrogados até 31 de dezembro de 2023 e todos os valores de R$ 700 mantidos”. Sylvio Puga informou ainda que uma reunião para tratar do Edital 2024 estava prevista para ser realizada nesta quarta-feira (18) com diretores e diretoras dos institutos da Ufam.

 

Fonte: ADUA

 

Foto: Professores(as) e discentes do ICSEZ

 

 



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