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Estudantes da Gama Filho ocupam prédio do MEC e pedem intervenção na instituição



O grupo exige uma reunião com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para negociar uma saída para a crise da universidade. Os estudantes afirmam que não sairão do prédio enquanto isso não ocorrer. De acordo com a estudante de medicina Ana Flávia Hissa, os manifestantes pedem que o Ministério da Educação (MEC) intervenha diretamente na Universidade Gama Filho (UGF) – instituição carioca, mantida pelo grupo Galileo Educacional, que está afundada em uma crise financeira, com professores e funcionários em greve por causa da falta de salários e por ter de estudar em instalações deterioradas.

“Ocupamos de forma pacífica. Estamos pedindo nosso direito. Queremos que o MEC nomeie um interventor ou então federalize a universidade”, explica Ana Flávia. Os 60 estudantes da UGF que ocuparam o prédio do MEC chegaram em Brasília nesta terça-feira (7) para reivindicar a intervenção do MEC na instituição, que teve três greves de professores e funcionários no último ano por causa de atrasos no pagamento dos salários.

Eles ocuparam o auditório do Ministério e conseguiram se reunir com o secretário executivo da pasta, José Henrique Paim. Dez manifestantes ficaram do lado de fora sob a vigilância de policiais que reforçaram a segurança do edifício. Ana Flávia disse que outros estudantes deverão chegar a Brasília de ônibus ou de avião. No Rio, estudantes e professores da instituição fizeram uma passeata no fim da tarde desta terça-feira na Avenida Rio Branco.

A estudante do 6º semestre de Medicina Tamirys Cerutti, 22 anos, disse que o setor estudantil preparara a viagem a Brasília há cerca de um mês, e denunciou o fato de os professores não terem recebido os salários desde agosto de 2013. “E ainda assim alguns deles continuam dando aula para tentar completar a grade horária”. Ela disse à imprensa que, no segundo semestre, apenas 50% da grade horário foi completada. O objetivo do grupo é conversar com o ministro Aloizio Mercadante. Eles avisaram que só vão sair do prédio com solução do problema.

"Em mais de dois anos de luta, o ministro nunca nos atendeu, inclusive a gente tinha uma audiência marcada no início de 2013 e ele não compareceu porque foi inaugurar uma retroescavadeira no Pará", disse a estudante Tamirys. Em dezembro de 2013, o MEC instaurou processo administrativo contra a Universidade Gama Filho e o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), ambos mantidos pela Galileo Administração de Recursos Educacionais desde 2012.

Até o processo ser concluído, as duas instituições não poderão abrir novos cursos, ampliar o número de vagas ou receber novos estudantes por meio de vestibular, outros processos seletivos ou transferências. Estão suspensos ainda os novos contratos de Financiamento Estudantil (Fies) e de participação em processo seletivo para oferta de bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni), além de restrição de participação no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

O grupo Galileo Educacional, mantenedor da UGF, informou à imprensa que ainda não há previsão para o pagamento de salários atrasados de professores e funcionários, que estão sem receber deste setembro do ano passado. No entanto, alunos garantem que as mensalidades continuam sendo cobradas, apesar das condições precárias da instituição. “Pago R$ 4 mil todo o mês e não tenho aula”, disse Ana Flávia.

*Com informações de Estadão, Correio Braziliense e O Globo
* Imagem: Correio Braziliense

Fonte: ANDES-SN



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